Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se de uma construção pequena com um programa igualmente simples: Uma casa de caseiro de uma propriedade em uma ilha no litoral norte de São Paulo, Brasil. O local, a 100 metros de altitude, ao lado de duas enormes rochas, já abrigava a antiga morada do caseiro, uma casa térrea com paredes de pedra e telhas de barro.
A nova construção tem 2 pavimentos, uma caixa branca suspensa, que abriga o dormitório, de onde e possível avistar o continente e o canal de São Sebastião. Embaixo dela, no nível da rua ficam a sala, a cozinha e o banheiro.
A madeira utilizada em algumas portas e janelas, na escada, em estantes e no mobiliário é resto de material utilizado na confecção de andaimes e formas para a estrutura de concreto armado da caixa branca. A caixa branca de 3,00m x 5,00m se apóia de um lado sobre um arrimo existente e de outro sobre um muro construído com pedras características das construções locais.
Esse movimento configura os outros 3 espaços da construção, o pátio de acesso, entre a caixa e o muro de arrimo que faz a curva acompanhando o piso da rampa de estacionamento, o pátio de serviço entre a caixa e a rocha e o vazio formado sob a caixa, que é ocupado pela sala. A imagem impactante do volume conciso, em contraposição à exuberância amorfa da grande rocha, causa um certo estranhamento.
Durante a obra, o caseiro Zé Maria, ainda inconformado com sua futura morada, a comparava com uma lata de sardinhas, um conteiner como os que vê passar no canal ou mesmo uma caixa de isopor, dessas que os banhistas usam para levar cervejas para a praia.